“Quando
se acalmará
Esta doença fértil a que chamam Vida?”
Murilo Mendes
Esta doença fértil a que chamam Vida?”
Murilo Mendes
No céu, mais perto ainda da lua
Banhada de leitosa névoa,
meus pensamentos só
lembram a mulher que um dia
Vestida de água saciara-me.
Banhada de leitosa névoa,
meus pensamentos só
lembram a mulher que um dia
Vestida de água saciara-me.
Essa lua que desliza
Sobre estrelas que trepidam;
Essa mulher que passeia plena
Em meus mais minados caminhos;
E que estronda em meu peito
Como um míssil
Que encontra a porta
E do nada que sobra, que não seja a sua estada,
Levanta o altar da Esperança – de que a vida
Sobre estrelas que trepidam;
Essa mulher que passeia plena
Em meus mais minados caminhos;
E que estronda em meu peito
Como um míssil
Que encontra a porta
E do nada que sobra, que não seja a sua estada,
Levanta o altar da Esperança – de que a vida
Não
mude em “Nada”.
Expande sua luz e avoluma sua água cálida;
Água e luz que em meu corpo tateiam a ânima
: ela, uma música vibrada em seu corpo
Que a minha memória agarra,
De tais eras longínquas,
Aérea e impalpável morada
: que é esse céu
Essa lua
Essa ânima
Essa água
Nos quais, num istmo,
De eterno
Nos fundimos.
Água e luz que em meu corpo tateiam a ânima
: ela, uma música vibrada em seu corpo
Que a minha memória agarra,
De tais eras longínquas,
Aérea e impalpável morada
: que é esse céu
Essa lua
Essa ânima
Essa água
Nos quais, num istmo,
De eterno
Nos fundimos.
09/04/2012
Sobre o céu de Brasília, na última página de “As metamorfoses”, do amigo Murilo Mendes.
Sobre o céu de Brasília, na última página de “As metamorfoses”, do amigo Murilo Mendes.