terça-feira, 25 de outubro de 2016

notas escassas de silêncio.

um templo e um monge
sobre a calda do piano
velho e de pedra:

de mármore empoeirado,
suas teclas nuas
densas de vento.

rio represado pela falta
de dedos vibrando as cordas,
não acorda a árvore sonâmbula,

a pintura na parede,
o vaso sobre a moldura,
a nuvem sobre a chama
do som que lembra algo,

neste assobio entre frestas.

música,
é impossível lembrá-la,
por mais que vibre.

lágrimas, impossível
contê-las, como um bonsai
florido.