terça-feira, 7 de julho de 2015

canto flamenco ao silêncio

desertor silêncio e sulco e asco a vaidosa flor descampada sobre auto em estrada que se perde de Espanha da mulher de cão raivoso porque sem campo ou flor ou auto que o leve a nada rosna e baba  finda mordiscando os tornozelos alvos da mulher linda que dança enquanto a gata sepulta os olhos do cão com suas unhas pula através do silêncio eriçando os pelos vaidosa e o sangue o sulco o coágulo os olhos entre espelhos quebrados e o asco sim o asco do pó que em pó ao pó torna toda a Espanha apenas uma estrada e não uma mulher que ruma numa vala a esquadrinhar caminhos com as próprias unhas para esquecer seus olhos numa terra desconhecida e entre as plantas que restam um lastro de seu vestido uma flor arrancada em grito um gemido um soluço um suspiro e a sede  de sua voz nas cordas de um violino