sábado, 23 de julho de 2011

Ensaio da saudade

Toma-me de assalto o anseio


Combustão no agora

Acúmulo do inflamável

Fogo derradeiro



Batize fogo! E a tua luz que é dança e cor

Reparta-me as nervuras, fibras de ânima selvagem

Voraz de toda a febre e trangressor que sou

De tuas chamas

Acione os teus demônios, anjos, santos

Vença-me depois



Por hora, consome-me ainda e vejo-te rubro

Transfugido em meu sangue que ferve

E rasgo-te a música e te estala descontentamentos

De escurecer-te o cerne

Onde a matéria imprimi os laços

De nossas mãos tão próximas

E nada mais

                  devasta


Fogo insano      desnudo-te      das véstias de tuas falsas luzes

Quando sombras mais altas que as tuas trevas

Tentam amputar as glórias de minhas armas de sol



Encerro-te fogo, com as tuas ilusões e devaneios

Na perpétua luta que travamos pelo incerto

Em nossa máquina de consumir e consumir-se

Até o ermo